Marechal José de Abreu
Barão do Cerro Largo
Filho de João de Abreu, português de Canteleães, na vizinhança de Pinheiro, Vieira do Minho, com Ana Bernarda de Souza, nascida na Ilha Terceira, nasceu em São Carlos de Maldonado em virtude da ocupação espanhola em Rio Grande. O patriarca João de Abreu e família fizeram parte do processo fundacional de San Carlos de Maldonado, retornando ao Rio Grande quando José de Abreu tinha 13 anos.
Sentou praça em 28 de dezembro de 1784, em Rio Grande, ainda durante o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (1815-1822). Combateu os provincianos do Prata em todas as campanhas de 1801 a 1827, libertando São Borja em 1814.
Casou-se em 1794 com Maria Feliciana da Conceição, natural de Porto Alegre e filha de Antonio da Silveira Nunes e Maria da Conceição. Deste casamento, teve: Tenente-Coronel Cláudio José de Abreu, Major José Inácio da Silva Abreu, Capitão Candido José de Abreu e Capitão Manuel José de Abreu.
Teve papel fundamental na guerra contra Artigas (1816-1820), quando com seus 650 homens, em diversos combates, abateu os 3000 homens do Coronel Pantaleão Sotel. Depois, em Arapeí, em 2 de janeiro de 1817, derrota o próprio general Artigas. Logo em seguida, em 4 de janeiro, resgata as tropas do General Curado, Conde de São João das Duas Barras, e do Barão do Alegrete, atacadas pela tropa de La Torre. Chegou ao final desta campanha no posto de Brigadeiro. Na segunda Campanha Cisplatina, em 1820, participa da batalha de Tacuarembó (1820), auxiliando muito na vitória brasileira. Depois da derrota de Artigas, em 1820, a Coroa Portuguesa ocupou por completo a Banda Oriental.
Ao longo de 44 anos de serviço, lutou em vinte batalhas. Comandante de cavalaria, após a independência do Brasil em 1822 foi nomeado governador das armas de São Pedro do Rio Grande do Sul. Posteriormente Marechal-de-campo, foi agraciado por D. Pedro I com o título nobiliárquico de Barão.
Ao iniciar a guerra Cisplatina (1825-1828), em 1825, invadiu a Banda Oriental (atual Uruguai), denominada pelo Império do Brasil como Província Cisplatina. É depois demitido do cargo de governador das armas, motivo pelo qual se afasta da vida pública.
Todavia, dadas as derrotas brasileiras na Guerra pela Cisplatina, forma um regimento de voluntários em São Gabriel e parte para a frente de batalha. Na batalha do Passo do Rosário (1827), conhecida pelos Argentinos como Ituzaingó, comandou 560 homens, contra 3.100 soldados inimigos sob o comando de Juan Antonio Lavalleja. Tombou ferido, por fogo amigo, quando sua tropa foi confundida como inimiga, morrendo logo em seguida no campo de batalha.
O Marechal José de Abreu, foi o primeiro e único barão do Cerro Largo. Vulto histórico, foi um militar e nobre brasileiro. Sua existência foi imortalizada por Simões Lopes Neto em seus Contos Gauchescos, no segmento intitulado " O anjo da vitória".