Histórico do 6º Regimento de Cavalaria Blindado - “Regimento José de Abreu”

O atual 6º Regimento de Cavalaria Blindado, Regimento José de Abreu, foi criado na cidade de São Paulo, por meio Decreto Lei Nr 10.015, de 18 de agosto de 1888, assinado pela Princesa Isabel. O Regimento recebeu a denominação inicial de 10º Regimento de Cavalaria Ligeira (10º RCL) e seu primeiro comandante foi o Ten Cel João Barbosa da Silva.

No ano de 1889, mais precisamente a 14 de dezembro e por determinação do Decreto Nr 56, teve sua denominação alterada para 10º Regimento de Cavalaria. Três anos mais tarde, entre os anos de 1892 e 1893, o Regimento foi empregado na cidade de Santos, onde combateu a Revolta da Armada.

Durante os anos de 1894 e 1908, o Regimento sofreu sucessivas mudanças em sua guarnição, tendo sido instalado respectivamente nas cidades de Florianópolis, Porto Alegre e Santa Vitória do Palmar.

A transferência do Regimento para a cidade de Alegrete se deu em 11 de janeiro de 1909. Em 4 de abril do mesmo ano, por determinação do Decreto Lei Nr 6961, recebeu a denominação de 9º Regimento de Cavalaria (9º RC).

O Regimento participou, ainda, das lutas da Campanha do Contestado, nos estados do Paraná e Santa Catarina, durante os anos de 1914 e 1915. Quatro anos mais tarde, em consequência da reorganização sofrida no Exército Brasileiro após a Primeira Guerra Mundial, o Regimento foi transformado no 6º Regimento de Cavalaria Independente (6º RCI) pelo Decreto Nr 13916, de 11 de dezembro de 1919.

O Regimento participou, ainda, de outras refregas ao integrar o movimento revolucionário de 1930, combatendo na cidade paulista de Itapetininga, e das ações de vigilância de fronteira na região de Barra do Quaraí em 1934. Em 15 de maio de 1945, foi transformado no 6º Regimento de Cavalaria (6º RC) por força do Decreto Nr 21134-A.

Em 25 de fevereiro de 1957, foi transferido para a Colina Masgrau, região onde ainda hoje se localiza. A 13 de maio do mesmo ano, pelo Decreto Lei Nr 41487, recebeu a denominação histórica de Regimento José de Abreu, o Barão do Cerro Largo, além de ter o seu estandarte criado.

O Estandarte do Regimento é formado por 5 asas de ouro, que simbolizam o Brasão dos Abreu; em forma de arco aparece o dístico “Regimento José de Abreu”; nos 4 cantos, em legenda de ouro, aparece grafado o nome das 4 batalhas da Campanha da Retirada da Laguna em que o 1º Corpo de Caçadores a Cavalo participou: Laguna, Apa, Nhandipã e Baiendé. Em toda sua história, o Estandarte recebeu 4 condecorações: Medalha Marechal Mascarenhas de Moraes; Ordem do Mérito Militar; Ordem do Mérito Judiciário Militar e Medalha Marechal Trompowsky.

O Regimento teve também sua importância para a manutenção da democracia do Brasil ao aderir à revolução democrática no ano de 1964. Sete anos depois, por força da Portaria Ministerial de 22 de dezembro de 1971, foi transformado em 6º Regimento de Cavalaria Blindado, denominação que o caracteriza atualmente. A grande mudança gerada por este câmbio foi a substituição dos cavalos pelas viaturas blindadas, em especial, o carro de combate (CC), núcleo duro da unidade.

Desde então, o Regimento recebeu diversos meios blindados entre carros de combate e transportes de pessoal (VBTP), sempre caracterizando a sua permanente capacidade de articular-se em Forças-Tarefa. Nesse contexto, pode-se destacar os CC Sherman M4, Pioneiro X-1 e Caxias M-41C, além das VBTP Scout Car M3 e Urutu EE-11.

Em 2004, foi criada a Confraria dos Camaradas do Regimento José de Abreu (CCRJA) com o intuito de aproximar o público civil das atividades da unidade além de materializar elo permanente do efetivo atual com os militares da reserva que residem na cidade de Alegrete.

No ano de 2006 o Regimento foi submetido a um novo desafio: integrar o grupo das treze Organizações Militares (OM) do Exército Brasileiro (única no RS) a sediar uma Subunidade Escolar responsável por ministrar o 1º ano do curso de formação da Escola de Sargentos das Armas (EsSA). Dessa forma, O Regimento se tornou responsável por participar da formação dos sargentos de carreira do Exército Brasileiro, o que foi fundamental, também, para o aumento do prestígio da tradicional OM.

Cabe também destacar que, consoante com o esforço do Exército Brasileiro em conjugar o Braço Forte e a Mão Amiga, nos anos de 2007, 2010 e 2014 integrou o Batalhão Brasileiro de Força de Paz na Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (MINUSTAH), enviando pelotões para compor seu efetivo. De igual forma, O 6º RCB também colaborou para a composição da Força de Pacificação do Complexo da Maré, na cidade do Rio de Janeiro, em 2015.

Criado no Brasil Império, o Regimento participou de diversos momentos históricos importantes para a consolidação da República, para a conformação do território brasileiro e para a garantia do Estado Democrático de Direito. Seus integrantes, há mais de cento e trinta anos, servem ao Exército Brasileiro honrando as mais nobres tradições oriundas de seu patrono, o Marechal José de Abreu.